Minha amiga Mara Luquet faz mais um golaço com o lançamento “A bolsa e a vida”, livro póstumo de Jô Soares.
Golaço com assistência do maior comediante brasileiro dos últimos tempos. Ou foi o contrário: o gol foi de Jô, e a assistência, de Mara.
Não importa. Importa que o livro promete.
A obra conta a história da quebra da Bolsa em Nova York, com foco na saga de Samuel Insull, que foi perseguido pela Justiça americana, acusado de golpe na Bolsa. Ele foge para países europeus e africanos até ser capturado anos mais tarde. Insull havia sido secretário e depois sócio de Thomas Edison, o inventor da luz elétrica.
Jô narra essas e outras histórias em longas conversas com a jornalista, pouco antes de morrer, em agosto de 2022. Ele lembrou uma entrevista concedida por um executivo americano pouco antes do crash de 1929, com projeções de alta para a Bolsa de Nova York. Depois entrou para a história ridicularizado.
Os dois estavam trabalhando na montagem de uma peça em cima desse enredo. “Mas o Jô não esperou, partiu antes”, diz Mara.
“Então, conversando com a Flavinha [ex-mulher e herdeira de Jô], resolvi editar o livro. Faço um capítulo final em que conto as histórias que ouvi do Jô enquanto escrevíamos e apurávamos essas histórias. Por exemplo, Jô sempre dizia que a única vez que ganhou dinheiro com a Bolsa foi quando fez um comercial para eles.”
Na realidade, Jô era um investidor muito conservador, aplicava em renda fixa. E não se deu mal. Mas contas de Mara – uma das jornalistas mais influentes em finanças pessoais – a renda fixa rendeu o dobro do Ibovespa nos últimos quase 30 anos.
O livro vai ser lançado no Brasil e em Portugal. Mara embarca para Lisboa no final de março para o lançamento lá. Será em uma das livrarias da Almedina e terá uma Ocupação Jô Soares, com algumas obras dele que Flavinha e Mara estão selecionando.
E a peça, será que sai? “Estamos conversando com um dramaturgo para realizar o sonho do Jô de levar esta história aos palcos no segundo semestre”, diz Mara.
Aguardando esse baita livro!