PIXINGUINHA, O GÊNIO E O TEMPO Hesitante entre a biografia, a fotobiografia, o perfil, a crônica do tempo, o livro de André Diniz sobre Pixinguinha (1898-1973) tem um sabor de almanaque. Tributário de pesquisas de maior fôlego, como a obra de Sérgio Cabral sobre o compositor – dívida registrada pelo autor – o trabalho de Diniz vale por sintetizar em rápidas pinceladas a vida de um dos músicos brasileiros mais importantes do século 20. Em textos de síntese como esse, o recorte da abordagem é especialmente importante, e Diniz fez bem em dedicar espaço generoso ao início da carreira de Pixinguinha. É vívida e reconstituição do conjunto Oito Batutas, em que o instrumentista brilhava. Apesar da adjetivação desnecessária, o texto é “leve”, como avalia o próprio autor. Embora muitas das 150 fotos não terem relação direta com o personagem e de haver algum desperdício de espaço (como a publicação, em uma página inteira, da letra integral de “Rosa”, que não é Pixinguinha), a edição é cuidadosa, valorizada pela inclusão de um CD com arranjos originais do compositor. (OSCAR PILAGALLO) AUTOR André Diniz EDITORA Casa da Palavra QUANTO R$ 85 (208 págs.; inclui CD) AVALIAÇÃO Bom Publicado na Folha, em 31 de março de 2012.